Quem tem piscina em casa, no prédio ou na vizinhança é melhor ficar atento. O espaço que deveria ser de lazer e relaxamento pode se tornar motivo de preocupação. As piscinas, quando abandonadas ou mal cuidadas, correm o risco de virar criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Por estar sempre úmido e conter muita água, o ambiente é propício para reprodução e desenvolvimento do mosquito. Por isso, cuidados com a limpeza são essenciais.
É na umidade, encontrada nas paredes das piscinas, logo acima do nível da água, que o Aedes aegypti se reproduz e põe os ovos, como explica a coordenadora do Núcleo de Controle de Endemias (Nucen) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Socorro Furtado: “Principalmente, se a parede tiver sujeira acumulada. A parede pouco rugosa, feita de azulejo, se estiver limpa e lisa, dificulta a aderência do ovo”.
Para evitar acúmulo de ovos, Socorro orienta que as paredes das piscinas sejam limpas com escova. “É preciso lavar e esfregar bem”. A água não pode passar muito tempo sem tratamento. É necessário fazer a filtragem e trocar o cloro semanalmente. Por ser volátil, a substância, usada no tratamento da água, evapora com facilidade. Sujo, o líquido permite o desenvolvimento da larva do mosquito, que se alimenta de pequenos resíduos.
“As pessoas fazem muita confusão achando que a água tem que ser limpa total para o mosquito se reproduzir. Na verdade, essa água tem que ser relativamente suja. Não pode ser um esgoto bruto, mas precisa ter matéria orgânica para alimentar a larva. Se a piscina estiver limpa, sem micro-organismo, a larva inativa”, detalhou o professor Hugo Leonardo de Brito Buarque, professor do Departamento de Química e Meio Ambiente do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
Aquários
Também é válido, conforme a coordenadora do Nucen, proteger a piscina com tela. Além de impedir a passagem do mosquito, evita que folhas de árvores e até lixo se acumulem na água. Caso a piscina esteja abandonada, Socorro Furtado orienta que a população entre em contato com o Distrito Técnico de Endemias de uma das seis Regionais da Capital. “A gente tenta entrar em contato com o proprietário do terreno para ir até o local e fazer a destruição do foco”.
Por acumular água parada, muita gente se preocupa com os aquários. Mas, segundo o professor Hugo Leonardo, se tiver peixes, os aquários não se tornam criadouros do mosquito da dengue. “A larva é o alimento do peixe. Mesmo que o mosquito consiga se reproduzir, o peixe come a larva”. Caso não tenha peixes, o ideal é secar o aquário e lavar bem as paredes. Socorro Furtado cita que o ovo do mosquito é resistente. Pode sobreviver até um ano, esperando contato com água para eclodir.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Fortaleza vive uma epidemia de dengue. A doença só pode ser combatida com a eliminação de reservatórios que acumulam água, onde o mosquito pode procriar. As piscinas mal cuidadas podem virar criadouros do mosquito.
fonte:http://www.opovo.com.br/