Mesmo no inverno, as piscinas precisam de um cuidado especial, tanto para evitar que elas se tornem abrigos para o mosquito da dengue quanto para diminuir as despesas
Com a chegada das estações mais frias do ano, é comum que as piscinas, uma das principais atrações do verão, acabem ficando de lado. Mas segundo especialistas, esse esquecimento pode se transformar em um grande problema para os proprietários de imóveis com esta opção de lazer. Segundo eles, mesmo no inverno, as piscinas precisam de um cuidado especial, tanto para evitar que elas se tornem abrigos para o mosquito da dengue quanto para diminuir as despesas com a chegada do próximo verão.
De acordo com Enilson Feltrin, químico da HidroAll, empresa do segmento de compostos clorados orgânicos no Brasil, a velocidade com que as algas se reproduzem no inverno é menor e, por isso, a quantidade utilizada de cloro e algicidas também deve diminuir.
“Esta característica é percebida em piscinas abertas e não-aquecidas, porque elas sofrem influência direta do clima”, explica o químico.
Os procedimentos de aspiração e filtragem devem ser mantidos normalmente, porque no outono, a quantidade de folhas e poeira trazidas pelos ventos é bastante significativa. Para os proprietários que adotam as capas este problema é anulado, mas a alternativa não descarta o controle dos níveis de estabilidade da água.
“Todas as piscinas precisam ter seus níveis controlados e estabilizados, independente de suas características. O que muda é o tratamento que cada caso recebe”, alerta Feltrin.
Um dos cuidados que devem ser tomados na hora do tratamento é com o excesso de cloro na água. Segundo Renato Zerbini, proprietário da La Mar, loja especializada em produtos para piscina, o mais importante é controlar o ph da água.
“Não adianta encher a piscina de cloro e deixar a água sem condições de banho. Sempre aconselho aos meus clientes que tenham em mãos um guia para auxiliar na manutenção e é indispensável o medidor de ph”, aconselha Zerbini.
Para as piscinas que usam a capa nos períodos de pouca frequência, o comerciante alerta para a necessidade de manter o uso do cloro e do algicida, pois as condições destas piscinas ficam ideais para a formação do chamado limo, que nada mais é do que o acúmulo de algas.
As capas são uma alternativa adotada por muitos proprietários, mas devem ser utilizadas com cautela. No momento da remoção da capa, a sujeira da parte superior pode entrar na água, o que anula o papel assumido pela proteção do acessório.
Quem se preocupa com o tratamento semanal da piscina é o bancário aposentado, Jeremias Ferreira, de 62 anos, que mora em Piratininga.
“Trato da minha piscina semanalmente. As pessoas têm que entender que não basta colocar cloro e pronto. Existe um passo a passo que deve ser seguido para que a água fique adequada para o banho”, opina Ferreira.
Ainda de acordo com o aposentado, nos períodos mais frios do ano o gasto mensal com o tratamento da piscina é de aproximadamente R$ 70.
Dengue – Piscinas abandonadas ou tratadas inadequadamente podem se transformar em um foco de reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, colocando em risco a saúde dos moradores e vizinhos. O principal fator que propicia a reprodução do mosquito nas piscinas é a falta do cloro.
Segundo o especialista em manutenção de piscinas Mário Rovani, os proprietários devem seguir o tratamento passo a passo para recuperar a estabilidade da água e, posteriormente, economizar com a manutenção correta. Antes de iniciar o processo químico é necessário remover as folhas e outros materiais que possam estar suspensos na água ou depositados no fundo da piscina, nelas podem estar as larvas do mosquito.
“Muitas pessoas acabam fazendo a cloração de choque, mas este método é ineficaz uma vez que este produto é indicado para desinfecção da água e não eliminação de algas”.
No dia seguinte à aplicação do algicida é indicado que as paredes da piscina sejam escovadas para soltar as algas que possam ter ficado presas.
O próximo passo é a aplicação do clarificante, que faz com que as algas mortas e outras partículas de sujeira se acumulem no fundo da piscina, dando condições para a ação seguinte: a aspiração. Só depois que a água estiver limpa e sem vestígios de algas, o proprietário pode partir para a etapa da cloração.
“É importante optar pelo cloro estabilizado contra raios solares e que não altera o ph da água”, conclui Rovani.
Preocupada com a possível proliferação do mosquito transmissor da dengue, a dona de casa Leila Queiroz, de 47, procura deixar a piscina de sua casa coberta com uma capa especial.
“Meu marido faz a manutenção semanalmente, mas como utilizamos pouco a piscina, durante o outono e o inverno procuro deixá-la coberta”, afirma Leila.
Tratamento diferenciado
Para aqueles que possuem aquecedor na piscina, o inverno é a época ideal para desfrutar da área de lazer, mas nesse caso a manutenção é mais delicada e os cuidados são os mesmos do verão.
Na opinião de Mario Rovani, a temperatura da água favorece a formação de algas e proporciona um aumento no consumo do cloro, pois acelera a vida dos microorganismos.
Além disso, a sensação de excesso de cloro, causada pelo cheiro forte e ardência nos olhos, geralmente característica deste tipo de piscina, nada mais é do que a formação de um subproduto chamado cloramina.
Este fenômeno é resultado da reação do cloro com a matéria orgânica e para ser eliminado é aconselhado o uso do Oxiall, produto à base de oxigênio, que reage com esta matéria orgânica no lugar do cloro, eliminando o cheiro.
Morador de Itaipu, o advogado Carlos Rocha, de 45, que possui aquecedor em sua piscina, conta que por muito tempo sofreu com o acúmulo de algas.
“Não entendia porque a água da piscina ficava tão verde. Foi então que um amigo me disse que eu deveria seguir um tratamento adequado, pois possuo aquecedor e ele faz multiplicar as algas”, conta Rocha.
Segurança – As piscinas em residências, casas de praia, chácaras e outros imóveis também podem se tornar um pesadelo para quem tem crianças pequenas e até mesmo animais domésticos. Um pequeno descuido e em questão de minutos pode acontecer um grave acidente.
De acordo com o técnico de manutenção de piscinas Thiago Schincaglia, as redes de proteção oferecem grande segurança contra quedas acidentais na água, devido a sua resistência, suportando tranquilamente o peso até mesmo de um adulto.
“A instalação é simples, feita através de ganchos que são colocados estrategicamente, não atrapalhando o uso da piscina”, explica Schincaglia.
fonte:http://jornal.ofluminense.com.br